segunda-feira, 8 de março de 2010

Ode a um marinheiro

Não é normal fazer um elogio deste tipo. Mas com o passar dos anos aprendemos a respeitar algumas pessoas que passaram por nós e que nos marcaram.
Uma dessas pessoas foi o Sr. Ventura, colega e amigo de meu pai. Somam-se pelos dedos de uma mão as vezes que o vi, mas tenho para mim, que sabia viver. Disse-lhe uma vez na brincadeira que havia de escrever um livro de memórias. Mas tal não aconteceu.

Tinha o cabelo branco como as ondas que navegou infindavelmente. Foi marinheiro e como marinheiro viveu 1001 aventuras.

Sobreviveu a um cancro do pulmão miraculosamente e continuou a fumar. Mas o coração foi o seu mal final.

Se um homem marcou o meu pai, também me marca a mim. Um lisboeta nascido e criado.

Não sou crente de nenhum credo mas começo a querer ser. Pessoas como estas querem-se eternas em algum local onde continuem a viver aventuras. Como o seu nome.

Do pouco que sei seria uma pessoa que quando a morte lhe sorriu, fez o melhor que podia. Sorriu-lhe também.

Um dia talvez me conte as suas aventuras...